A manhã de sábado, dia 25 de setembro, arrancou com a apresentação de trabalhos selecionados nas áreas de boas práticas e investigação. A sessão foi moderada por Susana Miguel, do IPO Lisboa, e Carina Raposo, do Centro Hospitalar Universitário do Porto.
Na categoria de “Boas Práticas”, o primeiro trabalho apresentado analisou a resposta dos cuidados de saúde primários na abordagem à pessoa com ostomia. A autora, Vanda Janeiro, do ACES Amadora, frisou que “o projeto procura evidenciar uma prática de enfermagem especializada, com vista à melhoria contínua da qualidade de cuidados”, demonstrando “a viabilidade e parcerias entre os vários prestadores de cuidados de saúde”, o que permite diminuir as barreiras de acesso.
Seguiu-se o “Programa de transplante autológo em regime domiciliário”, apresentado por Catarina Rodrigues e Cristina Santos, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Na perspetiva das autoras, este programa, ao permitir que os doentes regressem a casa no dia seguinte ao transplante, garante mais qualidade de vida e ainda o envolvimento das famílias.
A fechar os trabalhos selecionados nesta categoria, um grupo de três enfermeiras (Susana Castro, Emília Neves e Teresa Sousa) explicou de que forma o “Plano de Segurança do doente entre 2015-2020” contribuiu para prevenir ocorrências de úlceras de pressão implementado no IPO do Porto. O trabalho desenvolvido neste período, recorrendo a uma metodologia de intervenções alargada e multidisciplinar, permitiu atingir o objetivo inicialmente definido de reduzir o número de ocorrências destas lesões em 50% face a 2014.
Já no campo da investigação, os autores Daniel Ferreira (IPO Porto), Filipe Pereira (ESE Porto) e Francisco Rocha-Gonçalves (Faculdade de Medicina da Universidade do Porto) trouxeram o trabalho intitulado “Inferência de perfil dos doentes maiores consumidores de recursos não programados de um hospital oncológico do norte do país”. De acordo com os resultados obtidos, estes doentes, em comparação com os outros grupos em análise, fazem tratamento com radioterapia e quimioterapia, registam um maior número de consultas (incluindo não realizadas), bem como cirurgias urgentes e mais MCDT médicos. O maior número de dias de internamento (incluindo em cuidados intensivos e paliativos) foi também um fator mencionado.
Uma scoping review sobre a intervenção de Enfermagem na gestão de casos (GC) oncológicos em situação paliativa foi seguidamente apresentada por Davide Fernandes e Joana Araújo, do IPO Porto. O trabalho concluiu que “é preciso homogeneizar o conceito e intervenções de gestor de casos”, bem como “definir critérios de referenciação de clientes à GC paliativos oncológicos”. Referiu-se ainda a necessidade de indicadores de qualidade, medindo o impacto dos cuidados ao nível económico e do cliente.
Por fim, a sessão de trabalhos selecionados deu palco ao tema “Autogestão dos sintomas associados à cirurgia após alta hospitalar”, na voz de Ana Almeida, do IPO Porto, e Teresa Martins e Lígia Lima, da ESEP & CINTESIS-Nursid. O trabalho concluiu que “existe consistência relativamente aos sintomas monitorizados após cirurgia oncológica, em diferentes tipos de cancro”, sendo a monitorização eletrónica a via mais utilizada e adequada para a monitorização de PROs implicados na autogestão dos sintomas. Este método “permite a aplicação de algoritmos com sistemas de alerta, em tempo real, com potencial para melhorar o controlo sintomático e recuperação pós cirurgia”.