Intitulado “Gestão de náuseas e vómitos induzidos pela quimioterapia”, o simpósio promovido pela Vitor Pharma foi moderado pela Enfermeira do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Sandra Ponte, e contou com a palestra de Sara Parreira, Enfermeira no Instituto CUF Tejo.
No arranque da sua apresentação, a oradora referiu que as náuseas e os vómitos são os “sintomas mais frequentes dos doentes a fazer quimioterapia”, dando ênfase às náuseas antecipatória, aguda, tardia, refratária e irruptiva, e especificando a incidência de cada um destes subtipos nestes doentes, assim como as características específicas de cada uma.
As guidelines da National Comprehensive Cancer Network (NCCN) que classificam o risco emético para cada uma das terapêuticas disponíveis foram mencionadas ao longo da palestra, durante a qual foi também esclarecido o mecanismo das náuseas e vómitos associados à quimioterapia. Segundo a Enf.ª Sara Parreira, alguns neurorrecetores, tais como a serotonina, dopamina e neuroquinina, são ativados durante o processo quimioterápico. As características pessoais, como a idade e o género, e os hábitos alimentares mostram ter impacto no risco de emese associada à quimioterapia.
A gestão da emese foi demonstrada através da utilização de agentes antieméticos, antagonistas dos recetores da serotonina, neuroquinina, ou dopamina, corticoides ou até antipsicóticos, tais como a olanzapina. As primeiras e segundas linhas de tratamento de cada um deles foram de seguida especificadas.
Além das guidelines referidas anteriormente, a Enf.ª Sara Parreira destacou as recomendações da MASCC/ESMO 2019, ASCO 2020 e NCCN 2021, por serem ferramentas igualmente úteis na gestão do risco emético nestes doentes.
O tratamento per os e intravenoso com NEPA foi mencionado pela oradora, como estratégia prévia à quimioterapia para prevenção emética. Este medicamento apresentou um bom perfil de segurança e eficácia, sem eventos adversos graves relevantes, contudo, a preletora destacou que a formulação intravenosa não substitui a formulação oral e que ambas têm vantagens e desvantagens, de acordo com as características do doente e do estadio da doença em que este se encontra.
Alguns cuidados de suporte, tais como acupuntura, terapias cognitivas, técnicas de relaxamento, atividade física, hipnose, estimulação nervosa elétrica transcutânea, e alimentação saudável, foram descritos como benéficos para a gestão destes doentes.