Na manhã do primeiro dia da AEOP14, decorreu o simpósio promovido pela MSD na temática da “Gestão de eventos adversos imunomediados”. Esta sessão contou com a participação da Dr.ª Joana Febra, assistente hospitalar de Oncologia Médica no Hospital de Santo António – Centro Hospitalar Universitário do Porto.
Começando pelo papel do sistema imunitário na proliferação das células tumorais, a especialista focou a sua apresentação nos inibidores check-point e nos medicamentos que têm como alvo o PD-L1 e o CTLA-4.
Segundo a oradora, a toxicidade destes inibidores é uma das preocupações associadas a esta terapêutica, podendo variar em função do tipo de inibidor. A toxicidade relacionada com a administração e os eventos adversos imunomediados foram apresentados como dois tipos de complicações associadas a este tipo de tratamento.
A consulta de Enfermagem foi uma vez mais destacada como sendo crucial para que o tratamento decorra da melhor forma possível, com uma abordagem personalizada aos cuidados dos doentes. “A imunoterapia pode afetar qualquer um dos órgãos. Temos que estar atentos aos sinais”, afirmou a especialista, especificando alguns tipos de inflamação como efeitos adversos, alterações neurológicas, endocrinológicas, alterações nível hepático e renal, alterações dermatológicas e hematológicas.
Comparando a imunoterapia com a quimioterapia, a oradora afirmou que a forma de raciocínio se deve adaptar ao tipo de tratamento a que o doente está sujeito e que os efeitos adversos dependem do tipo de inibidores check-point.
Foram salientados dois tipos de efeitos adversos: as reações infusionais, como pirexia e urticária, e os imunomediados, com destaque para a toxicidade cutânea por ser um dos mais frequentes. A médica apresentou também alguns tratamentos farmacológicos para a gestão da sintomatologia associada a eventos adversos da imunoterapia.
Alterações endocrinológicas relacionadas com distúrbios da tiroide e hipófise foram realçadas como complicações a ter em conta na imunoterapia. As alterações hepáticas (p.e. nas transaminases hepáticas) foram igualmente destacadas, bem como as alterações gastrointestinais e as pulmonares, sendo estas últimas das mais graves porque podem levar à morte do doente (p.e. pneumonite).
Como base de tratamento dos eventos adversos imunomediados, a especialista enalteceu a importância dos corticoides.
Para terminar, foram apresentadas as combinações possíveis de imunoterapia, assim como as indicações terapêuticas aprovadas em Portugal.